Estava aqui ocupado a pensar nas estrelas quando decidi que criar um blog sobre Astronomia seria algo interessante. Este pensamento já me havia ocorrido à cerca de uns dois anos.
E é algo de indescritível o que sempre senti pela Astronomia, esta admiração, 'espanto' e curiosidade com o que se passa acima de nós. A ideia da transcendência, do tempo comum e incomum, da dualidade das coisas e essa permanente espiritualidade do firmamento chamaram-me. Normalmente só se ouve essa voz dentro de nós uma vez na vida e, como outras coisas memoráveis, não volta, não regressa, perde-se se não acorrermos ao seu chamamento. Eu ouvi, eu acreditei.
Porquê «Mar da Tranquilidade»? Além de ser uma alusão a uma região num corpo celeste que nos é particularmente familiar (a Lua) com o nosso dia-a-dia é o seu próprio nome ligado ao seu misticismo como um dos pontos de partida (ou de chegada) na exploração humana do espaço. Tranquillitatis porque o espaço é tranquilidade humana porque é redenção e mistério do seu mistério. O espaço é espiritual, mas irreligioso. É como uma filosofia de libertação. O que busco é, nem mais nem menos, o seu epíteto tão luminoso e triunfante, como é a face da Lua. A noite é grande e perigosa. Mas a noite é o arranjar do dia, o caminho iluminado pela Lua e pelas estrelas e outros corpos celestes onde tudo se compõe na essência mais profunda da noite. O dia são os espelhos e a noite o nú completo, dissecado, aberto. A noite é a planificação do dia e só no interior, âmago e sentimento das coisas é que a mudança da face é permanente e inteira. A noite é a redenção escrita nestas linhas. A Astronomia é a ciência é o tempo comum de tudo o que existe, existiu ou alguma vez existirá. Astronomia é Poesia, Poesia é Dualidade e esta é existência - a procura infinita de algo maior. E eu escrevo-o porque sinto, não porque desejo escrever.
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